sexta-feira, 16 de maio de 2008

Técnicos da Funai vêm ao ES definir início de estudos nas aldeias

Flávia Bernardes



Os técnicos da Fundação Nacional do Índio (Funai), responsáveis pelos estudos étnico-ambiental no território Tupinikim e Guarani recém reconquistado, em Aracruz, norte do Estado, chegam ao município na próxima segunda-feira (19). A expectativa é que uma data para o início dos trabalhos seja definida, junto à comunidade indígena.

Segundo os índios, a reunião marcada para segunda (19) deveria ter ocorrido em Brasília, mas não foi possível a viagem. Então, a Funai resolveu enviar seus técnicos para que discutissem com a comunidade quando será o início dos estudos.

A informação era de que a Funai só começaria os trabalhos depois que fosse finalizado o processo de demarcação física dos 11.009 hectares reconquistados. Este processo será finalizado em no máximo duas semanas e a intenção dos índios é já deixar marcado quando começam os novos estudos.

Sem eles, afirmam os índios, não é possível iniciar nenhum projeto na região. Os estudos étnico-ambiental são considerados essenciais para nortear o desenvolvimento dos projetos que irão auxiliar na sustentabilidade das comunidades. Enquanto não começam, os índios ficam de mãos atadas para iniciar plantios e outros projetos que vão garantir o sustento das famílias indígenas.

Com o estudo, todas as necessidades da comunidade deverão ser apontadas aos técnicos. Além disso, também serão avaliados o grau de degradação das terras e que tipo de plantios poderão ser realizados para suprir estas necessidades, dentro das condições encontradas.

Os índios esperam que assim consigam desenvolver projetos que resgatem suas raízes e ajudem a comunidade a viver novamente em harmonia com sua cultura, recuperando a natureza e os benefícios que existiam na região antes da chegada da Aracruz Celulose.

Para a realização dos estudos, um grupo da Funai já esteve em Aracruz no início do ano para conversar com a comunidade e conhecer melhor as necessidades das famílias indígenas. Chegou a prometer que os estudos seriam iniciados ainda em janeiro, o que não ocorreu. Houve atraso para o início da demarcação física e, consequentemente, para o início dos estudos.

Entre os projetos previstos pela comunidade estão o reflorestamento da área com espécies nativas, a produção de alimentos e o cultivo de peixes em tanques. A intenção é que a iniciativa amenize os prejuízos gerados pela destruição das matas, o desaparecimento da caça e a degradação dos rios gerada pela exploração na região.

Com a reconquista dos 11.009 hectares, o território indígena Tupinikim e Guarani no Estado passa de 7 mil para 18.027 hectares, reconhecidos oficialmente. Mas na verdade os índios são donos de 40 mil hectares, no norte do Espírito Santo.

Notícia tirada do Século Diário
http://www.seculodiario.com.br/arquivo/2008/maio/16/index.asp

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