quarta-feira, 28 de maio de 2008

Após desfalques no ES, grandes projetos devem deixar lucros fora do País

Nerter Samora

A saga dos grandes projetos no Espírito Santo ganhou um novo capítulo em março: após empresas como a Aracruz Celulose, ArcelorMittal Tubarão (ex-CST) e Samarco retirarem suas sedes do Estado e passarem a circular seus lucros em grandes centros, o destino desse dinheiro deverá ser o exterior. A estimativa é que 25% das receitas fiquem fora do Brasil.

A medida causa preocupação entre analistas que vêem a ampliação do déficit em conta corrente como um alerta à estabilidade econômica do País. A lógica é que, com menos dinheiro circulando, maior é a vulnerabilidade às crises, como a última que abalou a economia americana, que teve reflexos tímidos por aqui.

Esse movimento acontece logo após a autorização para que empresas exportadoras deixem o quanto quiser da receita dessas transações fora do País. A estimativa dos bancos é que 25% das receitas das grandes empresas com as vendas externas fiquem no destino.

Essa é a segunda vez que as empresas mudam rapidamente suas posições, adequando-se ao mercado especulativo, o que causa incertezas na região onde ficam sediadas suas plantas industriais. O Espírito Santo já observou as grandes empresas retirando suas sedes administrativas do Estado e levando junto seus lucros para grandes centros como São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro.

Agora, esses centros observam essas empresas retirando parte das suas receitas e deixando esse dinheiro em contas no destino exterior, na sua produção.

A explicação para o foco estar voltado às empresas que atuam no Espírito Santo. A atividade industrial capixaba é, em sua maioria, destinada ao mercado externo e de produtos semi elaborados. Produtos como pasta de celulose (vindas do eucalipto), minério de ferro e aço deixam no Estado apenas o seu ônus ambiental, sem a compensação financeira.

Segundo dados do Banco Central do Brasil, as contas externas adquiriram um comportamento arriscado com um déficit até o mês de abril de R$ 14 bilhões, um recorde no período. As conseqüências dessa medida é digna de alerta, já que os riscos podem surgir de médio a longo prazo.

Os elevados déficits em transações correntes deixam o País vulnerável a crises externas, pois os investimentos - que dependem do humor do mercado - podem não cobrir mais o déficit corrente, pondo em xeque os avanços da política econômica brasileira.

Notícia tirada do site
http://www.seculodiario.com.br/arquivo/2008/maio/27/noticiario/economia/27_05_05.asp

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Comuna de Paris de 1871